Uma rede, muitas histórias
Neste espaço, vamos reunir as histórias dos integrantes da Rede Brasileira Infância e Consumo. Envie uma mensagem para contato@rebrinc.com.br. Conte-nos sobre a sua relação com os temas infância e consumo. Venha dialogar conosco e ampliar nossa atuação. Saiba mais sobre o trabalho da Rebrinc.
Por Juliene Araujo – Fortaleza – Ceará
Meu nome é Juliene Araujo, tenho 29 anos, sou psicóloga, mãe e tenho muito interesse pelo assunto que é abordado pela Rebrinc.
Desde a época da faculdade, a infância e o consumo despertam meu olhar crítico. Psicologia do Consumo era minha matéria preferida. Meu TCC então, acho que não conheço ninguém tão apaixonado pelo seu trabalho quanto eu. E durante esse período fiquei um pouco incomodada como as pessoas que desfazem deste assunto, como se não houvesse uma consequência. Pedi para uma professora ser minha supervisora do TCC, ela não recusou, mas disse que era um assunto difícil, sem muitas referências, e que eu poderia reavaliar este assunto.
Bom, troquei de professora, mas fiz meu trabalho. E descobri que realmente, as referências não são tão vastas, não há tantos estudos e pesquisas, mas ao mesmo tempo descobri que existem várias pessoas, grupos, como vocês, interessados em realizar uma mudança, assim como eu. Nesse meio tempo, engravidei e hoje meu filho está com 2 anos. E agora? Me vi frente aquilo que sempre critiquei. E aos poucos, datas ditas comemorativas impostas pelo “maravilhoso mundo do comércio” foram chegando. Criei então meu ponto de vista, minha maneira de criar meu filho. Continuo acreditando em tudo o que dissertei em meu TCC, porém não tenho uma vida radical com meu filho.
Resumidamente, acredito que nenhum presente substitui a presença. Costumo dizer que fui psicóloga antes de ser mãe, mas hoje sou mãe antes de ser psicóloga. E pensando assim, abandonei tudo, carreira, emprego, estudo, durante os dois primeiros anos de meu filho, para ser mãe. Hoje, estou retomando minhas atividades, mas com a consciência que nenhuma delas me irá me tirar da presença constante no crescimento do meu filho.
Enfim, tenho que admitir que minha professora não estava errada, realmente é grande o número de pessoas que não se atentam ao consumismo, mesmo porque, acredito que a grande massa está alienada, por essa falsa felicidade consumista, assim como ela. Por isso, ler artigos da Rebrinc, participar de discussões e fazer parte deste grupo me faz acreditar que nossa causa ainda pode ter a devida importância na sociedade.
Juliene Araujo, de Fortaleza, está na Rede Brasileira Infância e Consumo