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Material escolar com economia e sem consumismo

Material escolar com economia e sem consumismo

Em janeiro, ao invés de aproveitarem as férias esquecendo um pouco da rotina escolar, pais e mães têm um compromisso: correr atrás do material dos filhos antes de fevereiro chegar. As papelarias e livrarias ficam cada vez mais cheias. Adultos e crianças procurando livros, cadernos, tesoura, borracha… E muitos pais reclamando sem se conformar com tantas despesas, tanto consumo e pouco reaproveitamento de livros e outros itens da lista. Os responsáveis chegam a desembolsar mais de mil reais por aluno apenas com os livros didáticos do Ensino Fundamental. No Ensino Médio, os livros podem custar até três mil reais para cada estudante. A cada ano, os lançamentos de produtos escolares insistem na tecla: “tem que comprar novo! Não pode usar o material do ano anterior! Os seus colegas vão com cadernos da moda. E você?” Mas será que não temos escolha? Como podemos combater o consumismo infantil na hora de comprar o material escolar?

livros escolares

Nas escolas públicas, os livros utilizados são distribuídos gratuitamente e recolhidos no fim do ano letivo, para serem usados por outros alunos. Em alguns estados, uniforme e material escolar também são fornecidos aos estudantes. Mas nas escolas particulares o gasto com os livros e uniformes pesa no bolso.

Quem tem filhos com idade até 10 anos geralmente tem que comprar livros novos já que não é possível reaproveitar, nem passar de um irmão para outro. Os livros consumíveis, aqueles nos quais os alunos escrevem, costumam ser usados até o quinto ano. E será que tem que ser assim? Livros que só podem ser usados em um único ano? Publicações com adesivos e partes para serem recortadas inviabilizam o reaproveitamento. Dá trabalho, mas apagar as partes escritas com borracha pode deixar o livro pronto para ser usado novamente.

As atualizações representam mais um fator que prejudica a reutilização de livros didáticos. As novas edições são lançadas pelas editoras e as anteriores não são mais aceitas por muitas escolas. O que fazer com os livros de edições antigas? Muitos encaminham para a coleta seletiva para serem reciclados como papel comum. Mas como há muitas informações que ainda são úteis, os livros são recebidos por bibliotecas comunitárias, escolas e instituições assistenciais que realizam cursos para jovens e adultos. Outras pessoas guardam para usar em pesquisas escolares. Os livros didáticos antigos ajudam na hora de buscar palavras, frases ou gravuras, além ajudar a conseguir informações para o dever de casa.

A partir do sexto ano é hora de reaproveitar. Muitas livrarias compram e vendem livros usados garantindo uma boa economia. Os livros usados costumam custar 50% do preço dos novos. Vender os livros diretamente para outros alunos é mais interessante porque as livrarias vão pagar bem menos que 50% do preço de novo e a troca costuma ser de dois para um.

Se a escola do seu filho não possui ações para repensar o consumismo de material escolar e livros, que tal propor uma? Feiras de trocas e doação podem acontecer em dezembro ou em janeiro e ajudar as famílias que têm muitas contas para pagar no início do ano. Muitas escolas pelo Brasil já fazem as feiras para facilitar a interação entre os pais dos alunos. Assim ninguém sai perdendo. Com os grupos de WhatsApp e as redes sociais fica fácil negociar os livros usados. E além de livros, uniformes, mochilas e material escolar podem ser trocados, vendidos ou mesmo doados. Como as crianças crescem rápido, a perda de uniformes é muito grande e as trocas e doações ajudam a economizar dinheiro e recursos do planeta.

Exemplo de preocupação ambiental

A lista de material das escolas particulares de Educação Infantil costuma ser imensa. Papel almaço, cartolina, crepom, fantasia, camurça… Por que as escolas não trocam os papéis novos por revistas velhas, embalagens e outros tipos de material que as crianças podem trazer de casa para usar nas aulas de artes? Sempre é possível reduzir a longa lista de material escolar por ideias mais ecológicas e econômicas. Basta boa vontade.

De nada adianta a escola falar em sustentabilidade se ela não pratica o consumo consciente na hora de fazer a lista de itens que serão usados pela criança durante o ano. Lembre-se que a escola só pode pedir material de uso individual. Itens como resmas de papel para cópia, material de higiene, limpeza, giz, pincel atômico, copos ou grampeador são de uso coletivo e devem ser comprados pela escola. Denuncie abusos no Procon de sua cidade.

Mochilas

Produtos com personagens

Na hora de comprar cadernos, estojos, mochilas, fique de olho nos produtos licenciados, aqueles com os personagens conhecidos, pois eles costumam custar bem mais caro que os comuns. Converse com seus filhos e explique as diferenças de preços entre os produtos. Uma boa dica é criar uma imagem bem criativa com recortes de papel colorido e montar uma capa única para cada caderno. Vale a imaginação. Cadernos do ano anterior também podem ser reaproveitados assim como estojos, régua, cola, borracha. Compre itens novos só se os do ano anterior estiverem sem condições de uso, o que vale para mochilas e lancheiras. Tente comprar produtos de boa qualidade e que vão durar mais tempo. Fique atento ao material falsificado e vendido a preços baixos pois eles podem ter sido fabricados com matéria-prima tóxica.

E lembre-se: vale conversar com as crianças e refletir como o combate ao consumismo é uma lição importante na hora de comprar o material escolar.

 

 Por Desirée Ruas – Jornalista/Rebrinc

Imagens: Arquivo

 

Conhece uma forma de economizar na hora de comprar material escolar ou de reaproveitar livros didáticos de edições antigas? Conte para a gente: contato@rebrinc.com.br

 

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