Um bebê, uma algema e um cassetete?
Não, PMESP, não podemos confiar!
Nem aprendeu a falar e nem a andar e já está na publicidade. A imagem de uma garotinha vestida com o uniforme da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e divulgada no Twitter no dia 2 de fevereiro, causou estranhamento nas redes sociais. Em uma mão, o bebê segura um cassetete e na outra uma algema, dois instrumentos de repressão que não combinam com a infância.
Nossa discussão sobre o uso da criança na publicidade é antiga e a todo momento somos surpreendidos com situações de desrespeito aos direitos da infância. Isso precisa mudar! Usam crianças para vender biscoitos, roupas, automóveis em um mercado que entende a infância simplesmente como um alvo. Quem defende a proteção integral da infância questiona a forma como as crianças vêm sendo expostas na mídia e usadas para vender produtos e conceitos.
Aqui a questão vai além do uso da criança em peças publicitárias e institucionais pois coloca a infância em um lugar que não é adequado e nem condizente com as necessidades desta faixa etária. O que eles queriam dizer? O que eles disseram de fato com esta peça? Não é apenas uma criança com fantasia de policial. Não é apenas uma peça para saudar o carnaval. É uma peça de comunicação que incomoda e nos faz pensar sobre a proteção da infância em todos os sentidos, responsabilidade das polícias e de toda a sociedade.
Se a mensagem diz que podemos confiar na Polícia Militar do Estado de São Paulo, nós, da Rede Brasileira Infância e Consumo afirmamos: não podemos confiar em uma peça publicitária como essa!
* Nós, da Rebrinc, Rede Brasileira Infância e Consumo, não compartilhamos imagens de crianças e adolescentes em situações que desrespeitem seus direitos. Por isso, o rosto do bebê está coberto.
#AdultizaçãodaInfânciaNÃO