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Rodas de conversa em Barão Geraldo

Rodas de conversa em Barão Geraldo

Débora Diniz, do Milc, fala na roda de conversa

Débora Diniz, do Milc, fala na roda de conversa

Verena Hauschild, da Loja Ninho, Clarissa e Débora, integrantes da Rebrinc

Verena Hauschild, da Loja Ninho, Clarissa e Débora, integrantes da Rebrinc

No dia 6 de setembro de 2014 tivemos a primeira roda de conversa em Barão Geraldo, distrito de Campinas, em São Paulo, na Loja Ninho, próxima à Praça do Coco, ambos pontos de encontro de mães, pais e crianças. A ideia das rodas de conversa é prosear sobre temas instigantes como consumismo infantil, o brincar, alimentação, ocupação do espaço urbano e outros tantos que envolvem a infância e a infância moderna.

Quem estreou o bate-papo foi a querida Débora Diniz, cofundadora do MILC – Movimento Infância Livre de Consumismo. Mãe de três, formada em Letras e Semiótica, Débora é doula e educadora perinatal há mais de 10 anos. Atualmente vive no Vale do Paraíba e é uma das coordenadoras da Roda Bebedubem. É ativista e implicante com a sociedade atual desde sempre. Débora contou como o ativismo materno entrou na sua vida, a partir do ativismo pelo parto humanizado e pelo incentivo à amamentação. “Os filhos crescem e surgem outras demandas”. E foi assim que, junto com outras mães, através das redes virtuais, o tema do consumismo infantil entrou na pauta.

Em 2012 a Associação Brasileira de Agências de Publicidade – ABAP criou a campanha “Somos todos responsáveis” em que, na verdade, colocava nos pais a responsabilidade por limitar o consumo dos filhos, isentando-se de qualquer responsabilidade pela excessiva publicidade sobre o público infantil. Essas mães ativistas se uniram então no Movimento Infância Livre de Consumismo para ocupar um espaço até então vazio no debate: a voz das mães e pais. Entre as demandas do movimento está que a publicidade tire o foco da criança e anuncie para os pais.

De acordo com Débora “a publicidade banaliza o nosso ‘não’”, que acaba sendo dito a todo tempo diante dos ilimitados pedidos das crianças a partir do estímulo que recebem da publicidade. Débora fez o teste em sua própria casa: cortou a televisão e as crianças pararam com o “compra esse”. Outra demanda do MILC é a classificação indicativa de comerciais, muito deles inadequados quando exibidos durante os programas infantis. Daniela Garbelline, uma das participantes da roda de conversa, contou que, como assistente social, nota que toda criança atendida chega comendo bolacha recheada, por exemplo. Por isso a importância de um movimento como o MILC: “não quero só resolver o problema individualmente, com meu filho, mas coletivamente.”

As rodas de conversa chegam em boa hora e podem ser replicadas onde houver interesse e disponibilidade de mães, pais, educadores e interessados em botar esse papo em dia. Ativismo é o que não falta! As próximas rodas de conversa serão com Renata Meirelles, do território do brincar, e Maluh Barciotte, uma das autoras do guia de alimentação do Ministério da Saúde, em outubro e novembro, respectivamente.

Relato de Clarissa Homsi – Mãe, ativista e integrante da Rebrinc

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