Música e brincadeiras no Dia Mundial do Brincar em BH
No lugar de carros, barulho e poluição a rua ganhou crianças, desenhos no asfalto e diversão. Em Belo Horizonte, o Dia Mundial do Brincar, 28 de maio, reuniu uma multidão na avenida José Cândido da Silveira, no bairro União. A avenida, aos domingos, é tradicionalmente um espaço para lazer e esporte. As atividades programadas pela Aldeia Jabuticaba, em conjunto com a Rede Brasileira Infância e Consumo e outros movimentos em defesa da infância da capital mineira, trouxeram para o encerramento da Semana Mundial do Brincar brincadeiras tradicionais, contação de histórias e música. No Brasil, a Aliança pela Infância mobiliza ativistas pela infância e famílias em várias cidades para celebrar a data.
Contadores de histórias
Em Belo Horizonte, Rodrigo Libanio Christo, que há quarenta anos encanta crianças e adultos com suas histórias cantadas e com figuras de barbantes, animou o público presente no Dia Mundial do Brincar. Rodrigo Libanio faz parte do grupo Voluntários Brincantes e também integra a Rede Brasileira Infância e Consumo, Rebrinc.
Pierre André, também contador de histórias mineiro, levou histórias fuxicadas para as crianças. Por meio de um tubo colorido ele conta as histórias em segredo, no ouvido das crianças que ficam maravilhadas com a experiência. Diversos grupos que incentivam o brincar na cidade estiveram presentes e pessoas de todas as idades entraram no clima da brincadeira.
Para a psicóloga Pollyanna Xavier, da casa de brincar Aldeia Jabuticaba, a cidade precisa de mais iniciativas como o Brincaço para que as crianças brinquem de forma livre e em espaços abertos. “Muitas vezes percebemos que as crianças têm dificuldade com coordenação motora porque não se movimentam o suficiente.” Ela avalia como um sucesso o encerramento da Semana Mundial do Brincar, que contou com diversas atrações na capital mineira, pois foi resultado da união de vários artistas, movimentos e ativistas pela infância. E centenas de famílias prestigiaram o evento levando suas crianças para brincar na rua, aprendendo brincadeiras tradicionais, o que ajuda no combate ao sedentarismo e ao consumismo.
Para Desirée Ruas, educadora ambiental e integrante da Rebrinc, a ocupação dos espaços públicos pelas famílias é uma forma de tornar a cidade mais amigável para as crianças. “Vivemos em cidades onde as vias são ocupadas pelos carros. Sobra pouco espaço para os pedestres e para o lazer das crianças. Fazer com que as ruas sejam usadas para o lazer, pelo menos nos fins de semana, permite esse contato direto das crianças com a sua cidade. Isso faz com que o sentimento de pertencimento seja cultivado de forma mais profunda e a cidade se torne mais humanizada”, ressalta.
Guia Beagá para Brincar
Para mostrar os espaços de lazer da cidade, o movimento Na Pracinha, também presente na Semana Mundial do Brincar em Belo Horizonte, vai lançar um livro em breve. O projeto depende de financiamento coletivo. O guia Beagá pra Brincar é resultado dos passeios garimpados, ao longo de cinco anos, por Flávia Pellegrini e Miriam Barreto, mães e idealizadoras do movimento Na Pracinha. “O guia reúne lugares que conhecemos pelo olhar das crianças, reunidos junto com uma série de dicas, sempre focando no brincar, afinal, ele deve acontecer em todos os espaços: praças, parques, museus, bibliotecas e equipamentos culturais”, explicam Flávia e Miriam.
Mais informações sobre como apoiar o projeto do guia Beagá para Brincar aqui.
Veja imagens do Brincaço Beagá no Dia Mundial do Brincar:
Fotos: Desirée Ruas