Consumindo cidadania: a ludicidade na educação em Direitos Humanos
* Por Corinne Julie Lopes – advogada e gestora social
Por que é que a gente acha que para aprender tem que ser sentado numa cadeira, assistindo a slides fatigantes? Aprendizado assim é da época das cavernas; muito antigo. Já preconizava o documentário “A Educação Proibida”: aprendizado tem e pode ser muito mais que isso. Apoio o pensamento e sou dele, uma praticante. Para o aprendizado fazer sentido e nos fazer sentir, ele precisa ser dinâmico, lúdico e desafiador. Precisamos nos adaptar às novas realidades e tecnologias sociais que se apresentam.
Tudo bem que remeto várias das premissas para um aprendizado nesse estilo à técnica de mediação de conflitos e a outros processos de formação humana que compuseram minha trajetória profissional, mas nada que não tivesse fundamento e, realmente, funcionasse.
No ano de 2013, em uma de minhas inserções pelo mundo da pedagogia, ministrei uma formação para conselheiros tutelares onde uma das atividades seria a avaliação de possíveis gastos públicos em projetos sociais. Para adaptar o aprendizado à realidade, propus que a metodologia de avaliação fosse a mesma do programa de televisão The Voice Brasil. Dessa forma, algumas pessoas apresentavam seus projetos e a possibilidade de gastos públicos e outras pessoas escolhiam se, enquanto gestores públicos, aprovariam ou não suas proposições (viravam a cadeira ou não). Foi muito interessante perceber o entusiasmo e o interesse pelo assunto, tendo em vista a metodologia aplicada.
Recentemente, em aula na UFMG, utilizamos, em uma delas, jogos de tabuleiro como estratégia metodológica de sala de aula e também como possível intervenção em outros espaços, onde a seca lei e doutrinas não conseguem permear o espaço de forma fluida.
Também ali pude perceber a grandeza desse tipo de aprendizado. Os alunos se interessam pela diversificação de abordagens e sentem-se mais próximos da realidade que os rodeia, de tanta informação e dinamicidade. Sentem-se instigados não só a receber conteúdo mas a pensá-lo de forma crítica. Esse é o grande segredo das práticas de aprendizagem: ensinar a pensar…
Que tal testar essas técnicas em nossas práticas pedagógicas cotidianas?
Foto: Sabine Simon/Freepik
* Saiba mais sobre a colunista Corinne Julie Lopes
Meu nome é Corinne Julie. Sou de Conselheiro Lafaiete, moro atualmente em Belo Horizonte mas já visitei e morei em outros mares e montanhas… Assim como o significado do meu nome, sou cor, magia e alegria. Amante de livros, fotografias e boas viagens, encontrei na Rebrinc, espaço para algumas inquietações minhas. Sou advogada, gestora social e mediadora de conflitos. Sócia-fundadora do CEDECA MG (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente) e mestre em Educação, Gestão Social e Desenvolvimento Local. Acredito que boas ideias e várias atitudes podem mudar o mundo.
Fale com a autora: contato@rebrinc.com.br
Texto feito especialmente para o site da Rede Brasileira Infância e Consumo, Rebrinc. Caso queira reproduzi-lo, pedimos que mencione a fonte e o autor, com link para o site. Ajude-nos a valorizar os autores e a divulgar o nosso trabalho pela infância