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Feiras de troca e de doação de brinquedos: o que aprendemos com elas?

Feiras de troca e de doação de brinquedos: o que aprendemos com elas?

As feiras de troca de brinquedos são oportunidades para adultos e crianças repensarem juntos o consumismo. Desde que o movimento das feiras de troca começou a ganhar espaço pelo país, a experiência permitiu uma mudança radical no Dia das Crianças de muitas famílias. Em vez de comprar, as crianças ganham brinquedos novos sem precisar de dinheiro. E a iniciativa também permite que muitos carrinhos, bolas, jogos e bonecas encontrem novos donos por meio das doações.

O grande incentivo para a realização das feiras de troca vem dos movimentos e organizações que atuam pela infância e pelo combate ao consumismo. O Instituto Alana fez o primeiro convite em 2012 e mobilizou diversas cidades do Brasil com o movimento “Por um Dia das Crianças Diferente”. Pessoas, grupos e organizações são convidados a organizarem feiras de troca de brinquedos em suas cidades no mês de outubro. Mas a ideia não se resume ao “mês de das crianças”. Escolas e movimentos realizam periodicamente a troca de brinquedos e também de livros.

Além do valor ambiental da causa, já que quanto menos consumimos mais estamos preservando o planeta, é importante lembrarmos de questões como o incentivo ao desapego entre as crianças. As famílias estão buscando valorizar na criança a vida simples e os momentos de diversão mais do que ganhar o último modelo de determinado celular ou brinquedo?

O que é importante você saber sobre as feiras de troca e doação de brinquedos:

  1. As feiras de troca e doação de brinquedos (e também de livros) são fáceis de serem realizadas e qualquer um pode fazer uma.
  2. São eventos realizados de forma voluntária, com dedicação e carinho.
  3. Ajudam adultos e crianças a repensarem o consumismo.
  4. Unem famílias, amigos, conhecidos, comunidade escolar, vizinhos em torno da causa da infância.
  5. Ensinam a prática do desapego para adultos e crianças.
  6. Permitem o recolhimento de doações para crianças que não podem comprar brinquedos.
  7. Devem receber brinquedos usados mas que estejam em bom estado de conservação.
  8. Devem receber brinquedos escolhidos de forma participativa. (A decisão de quais brinquedos vão para a troca ou para a doação deve ser feita junto das crianças.)
  9. Não são espaços para se fazer publicidade para crianças.
  10. Podem ter um lanche coletivo saudável.
  11. São momentos de diálogo e escolhas conscientes por parte das crianças. (As crianças não são obrigadas a levar muitos brinquedos, ou a trocarem todos os brinquedos que levaram. Da mesma forma não é necessário trocar brinquedos de mesmo valor já que as crianças vão avaliar se querem ou não fazer a troca.)
  12. Podem unir diversão com natureza. Procure fazer a feira em um local que permita o contato com o verde, em uma praça ou parque.
  13. São eventos colaborativos e que precisam de atitudes de respeito e paz entre todos os participantes.
  14. Os adultos devem ir com o coração leve. Não devem esperar grandes negócios ou levar vantagem nas trocas.
  15. Os adultos devem avaliar se o brinquedo é adequado e seguro para a faixa etária das crianças envolvidas na troca.
  16. São oportunidades para as crianças fazerem as trocas sozinhas, ou com o mínimo de interferência dos adultos.
  17. Devem ser momentos de sensibilização ambiental. (Nada de deixar lixo pela praça ou agir de forma que prejudique o ambiente).
  18. São pensadas para serem um espaço para a infância. (Ela é a prioridade. Lembre-se disso).
  19. Incentivam a reflexão sobre o consumismo e o acúmulo de objetos. (Nada de esvaziar o armário de brinquedos e voltar para casa com mais brinquedos ainda).
  20. Todos devem colaborar para que o respeito, o diálogo e o incentivo ao desapego sejam mantidos no evento.
  21. Todos são responsáveis pelo cuidado com a infância. (Ajude a cuidar da segurança dos seus filhos e das demais crianças).
  22. Precisam de continuidade. (Busque tornar uma prática periódica a troca e a doação de brinquedos na sua comunidade ou escola).
  23. Precisam ser divulgadas. (Registre os momentos das feiras de trocas em textos e fotos e compartilhe nas redes sociais).
  24. São momentos de brincadeira e aprendizado para os adultos e as crianças (Promova rodas de conversa e atividades lúdicas durante o evento).
  25. Promovem um aprendizado que deve ser repassado. (Leve a ideia adiante e incentive o desapego de outras formas, em sua família, condomínio, escola ou trabalho. Que tal uma feira de troca de roupas, sapatos e outros objetos feita para adultos?)

Saiba mais sobre como organizar a sua feira de trocas acessando aqui.

As ilustrações abaixo são de autoria de Emidio Batista, especialmente para a Rebrinc.

Ilustração Feira de Troca - Rebrinc (Emidio Batista)

Interação entre adultos e crianças para buscar formas de combater o consumismo infantil nas datas como Dia das Crianças e Natal

Feira de Troca Rebrinc (Ilustração Emidio Batista)

Hora de ir para casa e começar a praticar o desapego

Feira de Troca Rebrinc (Emidio Batista)

Planejamento e trabalho coletivo são fundamentais para o sucesso do evento

Feira Troca Rebrinc (Emidio Batista)

Os pais, as mães e os responsáveis acompanham as trocas mas quem decide é a criança

Feira troca Rebrinc (Emidio Batista)

A feira é um momento de diversão e aprendizado para crianças e adultos

Por Desirée Ruas – Jornalista/Rebrinc