Seminário debate conflito de interesses na alimentação
Já pensou como o poder das grandes corporações pode afetar a vida da população? O que se esconde por trás de certas parcerias público-privadas nas áreas da saúde e da alimentação e nutrição? Essas e outras questões serão debatidas no Seminário “Conflito de Interesses em Alimentação e Nutrição: Cenários e perspectivas”. O evento multidisciplinar, gratuito e aberto à comunidade, acontece no dia 17 de maio de 2017, das 9h às 18h, em Porto Alegre, no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. O seminário é promovido pelo Núcleo Interdisciplinar de Prevenção de Doenças Crônicas na Infância da UFRGS e pela Aliança pela Alimentação Saudável e Adequada.
Para a coordenadora do evento e do Núcleo da UFRGS, Noemia Goldraich, o debate sobre o conflito de interesses é relativamente recente, tendo se intensificado nos últimos dez anos. “É importante pensarmos sobre conflito de interesses e políticas públicas. Temos que ressaltar que o setor privado visa lucro. O interesse público, em condições democráticas e de transparência, deve se expressar em políticas públicas, que são os mecanismos legais de proteção e garantia de direitos. Na área da alimentação e nutrição as ações das grandes corporações se caracterizam por ações que comprometem a segurança alimentar e nutricional da população e a soberania alimentar do país”, explica Noemia.
Alimentação e doenças crônicas
“Precisamos entender que a crescente prevalência de obesidade e outras doenças crônicas também é resultado da ação das indústrias transnacionais que produzem alimentos ultraprocessados, comercializados em escala mundial”, ressalta. A ampla utilização de estratégias de publicidade para ampliar a divulgação e venda destes produtos, que atingem adultos e também crianças, associada à conveniência e ao baixo custo são fatores que potencializam o consumo de tais produtos, alerta a médica.
Noemia lembra que os conglomerados transnacionais oferecem, em termos de alimentação, produtos que vão no caminho oposto ao que se recomenda em termos de políticas de promoção da saúde. Ela lembra que o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, defende alimentos in natura e minimamente processados.
Integrante da Rede Brasileira Infância e Consumo, Noemia Goldraich reforça que os conflitos de interesses precisam ser conhecidos e debatidos, com transparência, não apenas pelos que atuam na área específica da Nutrição e Alimentação, mas também pelos gestores, que constroem políticas públicas, que afetam a vida da sociedade. “E a população, como um todo, também precisa ser informada sobre os conflitos de interesses para reivindicar a proteção da sua saúde”, enfatiza.
O seminário “Conflito de Interesses em Alimentação e Nutrição: Cenários e perspectivas” é destinado a professores, acadêmicos, pós-graduandos e profissionais de todas as áreas da saúde, educação, comunicação, direito, publicidade, políticas públicas, administração, economia, entre outros.
Saiba mais aqui (site da UFRGS).
Inscrições online a partir de 5 de maio de 2017.