Segundo encontro define grupos

Nos dias 23 e 24 de agosto de 2013, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, foi o cenário do segundo encontro da Rede Brasileira Infância e Consumo, Rebrinc. A Escola Municipal de Astrofísica recebeu diversos atores sociais dispostos a continuar a conversa iniciada no mês de junho. Uma intensa comunicação aconteceu entre o primeiro e o segundo encontro por e-mails e por um grupo de discussão criado no Facebook.

O encontro aconteceu durante dois dias, permitindo mais tempo para reforçar os vínculos, trocar ideias e para o planejamento da nova rede. O encontro teve como facilitadoras Nádia Rebouças, Maluh Barciotte e Daniela Ferraz, também participantes da Rede. Divididos em grupos e espalhados pelos gramados do Parque ou dentro da Escola de Astrofísica começamos a revelar um pouco sobre a identidade de cada um e aumentar a interação entre nós. Algumas questões serviram de guia para as conversas: que expectativas eu tenho? O que eu posso contribuir? O que eu posso aprender? Como chegamos até aqui? Além disso, era preciso pensar no que nos une e nos valores e princípios que sustentarão a rede. Dinâmicas de grupo permitiram conhecer os temas que interessavam a cada um e ao coletivo, como um todo.

 

 

Em uma conversa aqui e outra ali, um falava sobre sua atuação na defesa dos direitos do consumidor, outro refletia sobre o poder da publicidade sobre crianças e adultos, e muitos compartilhavam o desejo de interferir na realidade. Promoção de direitos já conquistados, trabalho conjunto entre famílias e escolas, incentivo à alimentação saudável, reivindicação de uma mídia mais responsável e um maior questionamento dos prejuízos do consumismo sobre a infância eram alguns dos desejos revelados. Uma grande teia de ideias era ali tecida por nós, mulheres e homens que aspiravam uma vida mais simples e feliz para as crianças. Na ocasião, o nome do grupo começava a ser discutido e sugestões eram colocadas em um quadro: Rebrinc já aparecia como uma opção.

Cassio Martinho, especialista em criação de movimentos horizontais e colaborativos, continuou suas explicações sobre a aventura de se construir uma rede. Uma das grandes dificuldades relatadas pelas pessoas era entender como é estar em uma rede e como ela funciona. Muito acostumados com hierarquias e regras rígidas e processos verticais, alguns se perguntavam como o grupo abraçaria aquele modelo de interação e atuação.

 

 

O encontro serviu para o início da discussão dos valores e princípios do grupo, missão, formas de entrada e canais de comunicação. Grupos temáticos sobre alimentação, comunicação, educação, políticas públicas, vínculos humanos fundamentais e gestão da rede começavam a surgir. Eles discutiram temas amplos como garantia dos direitos humanos, direito à informação, saúde, cidadania, proteção integral da criança, mídia e educação, todos contribuindo para o propósito da Rede Brasileira Infância e Consumo.

No encontro, foi lembrado que os direitos das crianças já estão contemplados em diversas leis e declarações e que a missão da nova rede seria trabalhar pela defesa da criança e da adolescência nas relações de consumo. Discutiu-se a forma como o mercado prioriza o lucro e não a infância, apesar da infância ter prioridade na lei. O encontro terminou com um piquenique em meio ao verde do Ibirapuera, o que nos lembrou do compromisso conjunto: cuidar da infância e cuidar do planeta. Muito trabalho estava por vir.