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Quarto encontro: fortalecimento da rede

Quarto encontro: fortalecimento da rede

O quarto encontro da Rede Brasileira Infância e Consumo, Rebrinc, aconteceu na Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz, Umapaz, dentro do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2014.  Mais uma oportunidade para repensar a caminhada e avançar.

Cassio Martinho, o nosso orientador em movimentos colaborativos e horizontais, fez uma contextualização da trajetória do grupo, salientando nossos passos até aquele momento. “O processo de construção coletiva de uma rede é assim mesmo. A Rebrinc está indo bem”, tranquilizava Cassio, frente à ansiedade natural de alguns de nós. Queríamos fazer mais, avançar mais depressa. Mas a caminhada conjunta é assim mesmo: para que todos caminhem juntos, em rede, é preciso ter paciência e valorizar os pequenos passos que, um a um, representam uma grande caminhada. Às vezes precisamos dar um passo à frente e dois para trás para que o grupo avance sempre de forma conjunta.

Para fortalecer o grupo em seu propósito de questionar e agir contra os apelos do consumo sobre a infância, uma boa dose de informação com o filósofo Yves de La Taille. Durante o quarto encontro, ele falou sobre liberdade de expressão, violência, manipulação e publicidade dirigida à infância, explicando as diferenças entre valores absolutos, aqueles que não podem sofrer limitações, e os relativos.

 

Por uma rede colaborativa e democrática

Por uma rede colaborativa e democrática – Foto: Leo Paqonawta

 

Ele também diferenciou vontade e força de vontade. “Vivemos em um mundo de vontades e não de força de vontade. É preciso força de vontade para resistir à publicidade. As crianças não têm força de vontade e, por isso, elas precisam ser protegidas”, explicou. Questionando a atual sociedade de consumo e que vende o ideal de felicidade, Yves perguntou: “que sociedade é essa com altos índices de infelicidade, suicídio, violência e depressão?” Questionamentos que nos levam a encarar a problemática do consumismo como um todo e a pensar no desafio das famílias, das escolas e da sociedade visto os valores que hoje imperam.

Mais uma vez o grupo concentrou esforços para definir a operacionalização da Rede Brasileira Infância e Consumo, formas de ingresso, organização das ações e a construção da Carta de Princípios. Nesse processo, continuava o conhecimento mútuo e a interação entre os participantes, já velhos conhecidos com fortes vínculos de amizade e muita sintonia.

Até aquele momento a Rebrinc era uma rede de pessoas, mas o grupo optou por abrir para que instituições ligadas à causa pudessem também fazer parte da rede. Ficou combinado que o coletivo é a instância máxima, ou seja, é ele que decide, e deve buscar os meios necessários para garantir a participação de todos.

 

O filósofo Yves de La Taille fala sobre valores e direitos

O filósofo Yves de La Taille fala sobre valores e direitos – Foto: Desirée Ruas

 

A Rebrinc é inclusiva, como todas as redes devem ser, e por isso tanto indivíduos quanto organizações e movimentos poderão participar. “Existem redes mistas, que reúnem indivíduos e organizações, funcionando bem e os problemas de cidadania podem ser sanados pela Carta de Princípios”, explicou Cassio. Segundo ele, um pacto interno que defina os papéis das instituições e dos indivíduos garante o bom funcionamento de uma rede mista.

Para todos, ficou claro que o esforço para manter a horizontalidade da rede deve ser constante. Nossa tendência é pela verticalização e hierarquização. Em uma rede, quem toma decisões? Aos poucos vamos aprendendo a trabalhar e decidir de forma coletiva, entendendo que pensar as questões políticas da Rebrinc é um desafio constante.

Outra discussão do encontro definiu que, apesar da Rebrinc ser formada por várias outras redes e movimentos que já têm uma atuação consolidada, a intenção é produzir ações próprias. Na ocasião, os GTs Educação, Comunicação, Vínculos Humanos Fundamentais, Alimentação e Políticas Públicas se reuniram e pensaram em atividades para 2014, buscando mobilizações regionais e nacionais da Rebrinc. E a construção da Rede continua.