Rebrinc incentiva o debate sobre consumismo, mídia e infância
Mudar a realidade que aí está não é tarefa fácil. Para que mudanças aconteçam na forma como crianças e adolescentes vêm sendo tratados na sociedade, é preciso que as pessoas pensem sobre o tema. Para isso, a Rebrinc promove vários momentos de debate sobre infância e consumo, seja participando de eventos pelo Brasil e de entrevistas da mídia impressa e eletrônica, seja informando e mobilizando por meio do seu site e pelo Facebook, com sua página e seu grupo de discussão.
Cada vez mais pessoas e movimentos passam a integrar a Rebrinc, uma rede horizontal e colaborativa cuja missão é “despertar a sociedade, especialmente a comunidade escolar e os que produzem conteúdo nas mídias, para as consequências do consumismo na infância.” O convite para a criação da Rebrinc veio do Instituto Alana que conta com o projeto Criança e Consumo, que completa 10 anos de existência em 2016.
A Rede Brasileira Infância e Consumo já realizou nove encontros, reunindo quase 40 movimentos, blogs e instituições e continua mobilizando adultos e crianças para refletirem sobre o consumismo infantil nas escolas, comunidades e também no mundo virtual.
Troca de experiências e informações
O grupo de discussão da Rebrinc no Facebook comemora os seus mais de dois mil integrantes, reunindo pessoas de vários estados brasileiros e também de outros países. Temas como direitos da infância, alimentação saudável, combate à publicidade infantil, infância e mídia, educação para o consumo, dentre outros, servem de base para discussões entre os participantes do grupo do Facebook que repassam as informações e multiplicam as reflexões em suas famílias, locais de trabalho e comunidades.
Tamara mora no Canadá, Débora em Fortaleza, Lívia em Porto Alegre, Leo em Florianópolis, Jaqueline em Belo Horizonte, Mariana em Salvador, Silvia em Dubai. Todos se encontram de forma virtual quase que diariamente para conversar sobre a infância e os apelos ao consumo. Educadores, artistas, advogados, ambientalistas, profissionais de saúde e de comunicação, dentre outros, integram o grupo de discussão do Facebook que não para de crescer.
Débora Figueiredo é mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará e estuda a relação infância e mídia. Ela conta que o grupo de discussão da Rebrinc foi o primeiro que ela teve a oportunidade de conhecer depois que despertou interesse pelo tema. “O debate significa para mim uma troca de conhecimentos, informações, vivências e até mesmo angústias no que se refere ao modo como a indústria trata a infância: como um objeto valioso capaz de gerar lucros exorbitantes, mesmo que isso signifique prejuízos, às vezes irreversíveis, na formação dos pequenos”, explica.
Para a pedagoga e educadora ambiental Luciana Ribeiro, o grupo de discussão do Facebook, assim como as demais ações de comunicação da Rebrinc, “contribuem para elucidar problemas que afetam a infância no Brasil, mobilizando as instituições e os cidadãos para dialogarem sobre assuntos complexos e pouco divulgados pelo poder público”.
Sílvia Düssel, participante da Rebrinc desde sua criação, mora atualmente em Dubai, nos Emirados Árabes. Para ela, a mobilização e a discussão online são essenciais. “Sem isso, considerando as poucas oportunidades que temos para encontros presenciais, não há como o movimento caminhar. Além disso, acho esses debates importantes para as pessoas se verem unidas por uma causa, entenderem que há muita gente por aí preocupada com o assédio à infância e a comercialização das brincadeiras”.
Para a advogada e mestre em Direitos Humanos Tamara Amoroso, que mora no Canadá, participar da Rebrinc por meio do grupo de discussão do Facebook é importante para ficar antenada em questões específicas sobre infância que estão acontecendo no Brasil e que, às vezes não estão na grande mídia. Ela lembra que, apesar da facilidade que a tecnologia proporciona ao unir pessoas em locais distantes, ainda há o desafio de motivar as pessoas a participarem mais, comentando e conversando de forma online.
Mesmo distante geograficamente, os integrantes da Rede Brasileira Infância e Consumo estão em contato permanente, ajudando a sensibilizar, mobilizar e articular cada vez mais pessoas, organizações e movimentos para a defesa dos direitos das crianças e o debate sobre o consumismo e a mídia.
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