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Um dia para não comprar

Um dia para não comprar

 

Por Nádia Rebouças, conselheira do Green Nation

Cinco de junho de 1972. Dia escolhido pela ONU para ampliar a consciência de preservação e valorização do meio ambiente. Naquela época os ambientalistas já falavam das ameaças do crescimento e do consumo. Passaram-se 43 anos! As consequências de nosso fracasso estão na mídia: enchentes, furacões, excesso de calor ou frio e a água desaparecendo. Vivemos um momento crítico. Melhoramos nos últimos 20 anos, mas não no ritmo necessário.

Outras datas são muito mais trabalhadas pela mídia e pela publicidade. Nos estimulam a comprar, institucionalizando a civilização do ter. Nada somos sem as marcas de nossos carros e sem as grifes de nossas roupas. Comemos agrotóxicos, não ensinamos para as crianças o que é cenoura ou berinjela. Tudo parece nascer nos pacotinhos nos supermercados. O que é plantar, colher, viver ou morrer? Vamos corroendo valores.

A eletricidade nasce na caixinha da parede. A água vem de algum lugar. Resíduos, para onde vão, como são tratados, pouco importa! Comemoramos com compras! Natal, Dia das Crianças, das Mães, dos Pais. Coitadinho do Dia do Meio Ambiente! Ele não tem nada para vender! A indústria e a propaganda não lucram quando vendem consciência!

As escolas fazem atividades, as empresas, eventos; textos e palestras acontecem, ambientalistas fornecem dados; tudo ações dispersas. Enquanto isso a propaganda anuncia o Dia dos Namorados. O 5 de junho fica como o ‘Dia do Verde’. Não é. É o dia para se pensar no todo. Fui publicitária por 43 anos e nunca chegaram verbas significativas para trabalhar educação.

Sugiro assim comemorar este 5 de junho: não comprar nada, refletir sobre tudo que você come, usa ou deseja. Conversar com seus filhos sobre os brinquedos que possuem e o rápido desinteresse. Olhar seus armários ou seu closet. Acender a luz ou soltar a descarga, pensando como tudo chega até você. Observar seu lixo. Olhar para o céu. Entrar em contato com a natureza! Perceber os impactos ao ambiente. Olhar o trânsito. Não cair na cilada que suas atitudes não farão diferença, caso os governos não mudem. Ele só vai mudar se empurrarmos. Faça desse dia um evento para sua consciência.

 

Artigo publicado no Jornal O Dia.

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