Tempo de festa junina: hora de refletir
Por Silvia Adrião – Integrante da Rede Brasileira Infância e Consumo
O mês de junho chegou e com ele o período das deliciosas e tradicionais festas juninas. Muitas instituições organizam as suas festas e as escolas não ficam de fora e nem devem ficar. Porém, quando se trata de ambiente escolar, é preciso manter a atenção aos propósitos e preservar as crianças do apelo consumista que tais eventos podem ter.
A festa junina é uma importante oportunidade para conhecer, compartilhar e experimentar a cultura brasileira. Deve valorizar hábitos locais e o contexto de cada escola, mas também deve contribuir para a ampliação do olhar e a promoção de outras tradições das várias regiões do Brasil. Enfim, é também um grande momento de aprender.
Outro fator que merece ser lembrado é que as festas juninas são uma excelente ocasião de abertura da escola para sua comunidade, proporcionando um grande encontro de todos os atores que fazem aquele ambiente acontecer. Crianças de diferentes idades, jovens, pais de alunos, familiares, amigos, professores, funcionários… Todos são mobilizados para que as festas sejam verdadeiramente um grande e agradável acontecimento.
Não se pode distorcer estas características tão relevantes das festas juninas tornando este momento comercial e impulsionado pelo consumismo exacerbado. Outro cuidado que se deve ter é o de evitar a invasão e a promoção das marcas que fazem de muitas festas juninas um espaço de propaganda, apelando para o consumo de seus produtos de forma legitimada pela instituição escolar que a acolheu. É preciso deixar a propaganda fora da escola, até mesmo na festa junina. Como se trata de um evento, muitas vezes as escolas “fecham os olhos” para estas questões.
Toda escolha que é feita, quando se trata de escola, reflete um princípio. Que princípio norteia a sua festa junina?
Saiba mais sobre a colunista Silvia Adrião:
Sou pedagoga, especialista em Construtivismo/Educação e Mestre em Sociologia da Educação.Tenho mais de 20 anos de experiência no trabalho com crianças e na defesa da cultura infantil. Sou pesquisadora e apaixonada por Literatura infantil e pela abordagem de ensino Italiana de Reggio Emilia. Encontrei na Rebrinc um espaço para ampliar o debate e o alcance das reflexões sobre infância.
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