20 de novembro é o Dia Mundial dos Direitos das Crianças

Por Silvia Adrião – Pedagoga e integrante da Rede Brasileira Infância e Consumo

Toda criança tem direito à igualdade, ao desenvolvimento saudável, a uma identidade, à alimentação, moradia e assistência médica dignas, direito à inclusão, ao amor, à compreensão e apoio, à escola, ao brincar e direito de ser protegida de qualquer exploração. São direitos basais para a construção de uma sociedade justa para todos.

A Convenção sobre os Direitos das Crianças “é o instrumento de direitos humanos mais aceito na história universal. Foi ratificado por 196 países”, segundo dados do UNICEF. Porém, ainda temos muitos desafios, no Brasil e no mundo, para que este compromisso com as infâncias seja efetivo e igualitário.
Segundo levantamento realizado pela Fundação Abrinq, os dados atuais da infância e adolescência no Brasil são alarmantes:

– 45,4% de crianças de 0 a 14 anos vivem em situação de pobreza.
– 1.768.476 milhão de crianças estão em situação de trabalho infantil, correspondendo a 4,6% da população nesta faixa etária.
– 7,1 mil crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio em 2019, sendo 5,4 mil destes homicídios (75,5%) cometidos por arma de fogo.

Como visto, não temos razões para celebrar. Precisamos de toda a sociedade e do poder público para revertermos essa situação. Há muita sabedoria no provérbio africano: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Cada criança contém a potencialidade de um mundo melhor e precisamos nos manter em permanente vigilância para proteger os seus direitos. Uma infância vivida de forma plena, saudável e protegida é um caminho para formar adultos emancipados e com consciência cidadã.

O relatório completo do Cenário da Infância e Adolescência no Brasil, organizado pela Fundação ABRINQ, pode ser acessado aqui.

 

Ilustração: Cenário da Infância e Adolescência no Brasil – Fundação Abrinq

Saiba mais sobre a colunista Silvia Adrião:

Sou pedagoga, especialista em Construtivismo/Educação e Mestre em Sociologia da Educação.Tenho mais de 20 anos de experiência no trabalho com crianças e na defesa da cultura infantil. Sou pesquisadora e apaixonada por Literatura infantil e pela abordagem de ensino Italiana de Reggio Emilia. Encontrei na Rebrinc um espaço para ampliar o debate e o alcance das reflexões sobre infância.